Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 132 milhões de animais de estimação, sendo o 4º lugar no mundo em quantidade de pets. Esses dados consideram cães, gatos, aves, peixes e outros, como répteis e pequenos mamíferos. Ainda de acordo com o Instituto, 44,3% dos lares têm pelo menos um cão, e 17,7% têm ao menos um gato. Dentre esses números estão também as famílias que acabaram de ter filhos.
Quem nunca riu e se encantou com uma dupla entre criança e pet na internet? Muitos adultos têm histórias emocionantes de infância com algum bichinho fiel e peludo de estimação.
Além de criar memórias inesquecíveis, o contato com os pets, pode fazer com que a criança tenha uma vida mais longa, saudável e feliz.
É claro, que ter um pet, quando se tem filhos pequenos pode parecer difícil, pois ambos podem causar muita bagunça. O aumento de gastos e responsabilidades pode desestimular os pais.
No entanto, especialistas afirmam que é benéfico para a criança conviver com um animal, podendo ajudar em seu desenvolvimento de maneira geral.
Confira a seguir as vantagens, já apontadas por estudos, entre essa amizade canina e infantil.
Socialização
Especialistas apontam que essa relação pode favorecer o desenvolvimento social da criança. Através dela, a criança aprende a expressar afetividade mais facilmente, a respeitar regras de convívio e a saber sobre a importância de cuidar do outro.
Cachorros são animais carinhosos, isso acaba passando para os bebês e eles acabam se tornando mais solidários.
Mas muito além das brincadeiras, a presença de um pet pode ajudar na formação da criança. Elas, com seus bichinhos, acabam desenvolvendo mais rápido as noções de companheirismo. Ter um parceiro ensina a ter empatia e interpretar os sentimentos e necessidades de outro ser. Isso ajuda num futuro convívio em ambiente escolar, evitando sensações de egoísmo e contribuindo para a autoestima.
Através do pet, elas também obtêm maiores noções de responsabilidade, pois aprendem a respeitar os horários de alimentação, passeios e necessidades fisiológicas como sono, urinar e defecar.
Ter um animal requer noção de atenções de alimentação, manutenção de higiene, banho e passeios. Assumir um cachorrinho requer compromissos.
Assim, a criança aprende a lidar com outro ser que precisa de cuidados, fica doente, tem personalidade própria, e nem sempre quer brincar.
Fortalecimento e ativação do sistema imunológico
Ter um animal pode significar melhoria na saúde de seu filho.
A revista americana Pediatrics aponta que ter um cachorro ajuda a evitar resfriados, problemas estomacais e até dores de cabeça. Isso porque os níveis de imunoglobulina A, anticorpo presente na mucosa e que evita a proliferação viral e bacteriana, aumentam quando em contato com animais, fortalecendo o sistema imunológico.
Ou seja, ao contrário do que antigamente se acreditava, animais não causam alergias na criança. Pelo contrário, o convívio pode prevenir a criança de infecções, dermatite atópica e asma, doenças que incomodam na infância.
Trata-se de um treino para que o corpo da criança saiba lidar com agentes externos como poeira, pelos entre outros.
Estímulo ao cérebro
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a relação com os animais faz com que crianças realizem atividades repetidamente, aperfeiçoando suas atividades motoras.
É importante frisar que os dois primeiros anos são fundamentais para o desenvolvimento do bebê. Quanto maior o número de estímulos, mais conexões neuronais se efetuam.
Combate à depressão, ansiedade e estresse
A companhia de um bichinho pode ser terapêutica.
Com relação à depressão, as trocas de carinho, apoio, conforto e segurança favorecem a autoestima e o senso de valor próprio.
Estudos apontam que a relação entre humanos e animais podem aumentar os níveis de serotonina e dopamina, hormônios de sensação de prazer e alegria.
Outro benefício comprovado é a redução de ansiedade. A certeza da companhia de um amigo fiel diminui angústias. Criança e cachorros juntos apresentam poucos sinais de ansiedade.
Com relação ao estresse temos que não só para crianças, mas também para adultos, brincar com seu bichinho ajuda a relaxar. Diversos estudos apontam que através dessa relação, os níveis de cortisol, substância de estado de alerta, diminuem, evitando diversos problemas de saúde.
Além disso, estudos apontam que relacionar-se com um pet diminuem níveis de adrenalina, e consequentemente abaixam a pressão arterial, frequência respiratória e cardíaca. Além disso, se libera acetilcolina que desempenha importante papel nas funções cognitivas de aprendizagem.
Mais atividade física e menor risco a obesidade
Quando se tem um cachorro, a chance da criança ser sedentária é mínima. Levar o cão a passeios requeridos ou passar um bom tempo brincando com ele, é uma ótima maneira de se mexer.
Essa rotina habitua a criança a ser ativa, ajudando além do desenvolvimento muscular, a ela não apresentar obesidade.
Outro achado foi feito pela Universidade Alberta do Canadá. Seu estudo aponta que quando a gestante conviveu com um pet, havia duas vezes mais oscillospira no intestino de seus bebês. Essa bactéria está relacionada ao risco de ganho de peso.
União familiar
Se você adora contar as façanhas de seus animais nas suas conversas, saiba que não é o único. Uma pesquisa realizada na França aponta que ter animais de estimação facilita a comunicação entre os membros da família. 76% admitiram bater mais papo entre os familiares após a chegada do animal.
Seja em passeios ou brincadeiras em conjunto com o pet, as crianças passam menos tempo sozinhas e reúnem a família.
Além disso, saber dividir e cooperar os cuidados com o animalzinho é uma boa oportunidade para fortalecer relações dos familiares.
Terapia para crianças autistas ou diabéticas
A convivência com animais traz muitos benefícios para crianças com transtornos físicos e neurológicos.
A terapia assistida por animais (TAA) é eficaz e já bem difundida.
A companhia do animal, se não atua diretamente nos sintomas, pode ao menos ser ferramenta no tratamento. Ela ajuda a reduzir o hormônio do estresse e faz com que a criança se acalme, no caso do tratamento de autistas.
Além disso, um estudo de 2016, apontou que o cuidado com um canino estimula a responsabilidade, inclusive em tomar os remédios da maneira correta. Dessa forma, crianças diabéticas do tipo 1, tomavam regularmente sua insulina , e controlavam melhor sua glicemia.