Na contramão da crise imposta pela pandemia de Covid-19, o setor pet não sofreu tanto com as mudanças econômicas. Pelo contrário.
Segundo dados do Instituto Pet Brasil, a projeção foi de um crescimento de 6,07% no ano de 2020. Mas não foi tão fácil quanto parece.
Muitos comerciantes tiveram de adaptar-se à nova realidade, como ampliar sua atuação online e adotar medidas de segurança dentro das lojas.
Para entender melhor quais foram as mudanças econômicas no setor pet causadas pela pandemia, não deixe de ler este artigo até o final.
Início difícil para o setor
O isolamento social afetou em cheio o funcionamento de estabelecimentos comerciais, inclusive petshops e clínicas veterinárias. Apesar de serem considerados serviços essenciais, os petshops sofreram restrições na sua maneira de funcionar, impactando no seu faturamento.
De acordo com o Sebrae, no início de abril de 2020, o mercado pet sofreu queda de 51%. Mas, ao longo do ano, o setor absorveu o abalo inicial e foi se recuperando significativamente.
Mudanças econômicas no setor pet: por que o mercado cresceu mesmo com a pandemia?
Não tinha como. A pandemia mudou nossas vidas num piscar de olhos. De repente, os comércios fecharam as portas; as empresas passaram a adotar o home office; as pessoas ficaram em casa.
No começo, era inevitável uma queda de vendas em qualquer segmento, inclusive no setor pet. No entanto, à medida que as pessoas e o mercado começaram a se adaptar à nova realidade, o setor pet cresceu. Vamos explicar os motivos abaixo:
- Tamanho do mercado
A explicação é simples: o Brasil é o terceiro maior mercado de pets de todo o mundo. Para se ter uma ideia, são mais de 54 milhões de cachorros e 24 milhões de gatos de estimação.
Os animais continuam precisando se alimentar e viraram companhias muito importantes durante a quarentena. Além disso, pessoas isoladas em casa, também adotaram mais animais de estimação ou prestaram mais atenção às necessidades dos pets que já tinham.
Passando mais tempo com o animal, possibilita que o tutor monitore melhor as necessidades de seu pet. Consequentemente, eles procuram mais brinquedos para entreter seus animais em confinamento ou mais produtos de cuidados básicos e higiene.
- Aumento da adoção de animais abandonados
Sabemos que animais de estimação possibilitam maior distração e sociabilidade ao indivíduo em meio a um isolamento.
Portanto, não é de estranhar que houve um aumento de 50% nas buscas por animais abandonados em ONGs durante a pandemia.
Esse aumento de adoções e da percepção do animal como membro da família, contribuiu também para o aumento de compras e procura nos pet shops.
- Pet shops foram classificados como serviços essenciais
Outro motivo para o crescimento do setor pet durante a pandemia foi que em diversos estados, como São Paulo, os pet shops foram classificados como serviços essenciais. Isso permitiu que, apesar de tudo, os pet shops continuassem abertos.
Segundo dados do Instituto Pet Brasil, a projeção foi de um crescimento de 6,07% no ano de 2020. O mercado pet também gera milhões de empregos, com baixa necessidade de demissão, segundo a Abinpet.
Acresce-se que o setor também não sofre com o abastecimento, visto que a maior parte dos produtos é produzida no Brasil e 90% fica no mercado interno nacional.
- Adesão ao comércio eletrônico
Outra mudança de hábito mais perceptível é o aumento de compras realizadas por e-commerce ou por aplicativos que fornecem entrega domiciliar. Essa é a nova tendência do setor. Com o isolamento social, os aplicativos se tornaram uma necessidade real pelos tutores. Inclusive, muitas empresas estão trabalhando nessa migração para o e-commerce.
Por exemplo, aplicativos como o Zee.Now de entrega de produtos de pets, tiveram um aumento de 40% de pedidos em março de 2020, aumentando a receita em 52%. Criado em 2019, o app registrou mais 200 mil downloads em menos de um ano.